sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mata Atlântica: uma floresta ameaçada de extinção



A Mata Atlântica é um bioma com uma diversidade biológica muito rica. Com mais de 20.000 espécies de plantas (8.000 endêmicas) e 2.300 tetrápodes (725 endêmicas), este bioma é considerado um dos 5 hotspots de maior biodiversidade no mundo.
Do Rio Grande do Sul até o Piauí, diferentes formas de relevo, paisagens, características climáticas diversas e a multiplicidade cultural da população configuram essa imensa faixa territorial do Brasil.
Além da enorme biodiversidade, na Mata Atlântica vive 62% da população brasileira, cerca de 110 milhões de pessoas, sendo marcante a presença de populações tradicionais. São Índios, Quilombolas e Caiçaras, que vivem há muitos anos nos domínios da Mata, transmitindo seus conhecimentos de geração a geração e mantendo uma relação muito forte com a natureza.
Essa gente depende da conservação dos remanescentes de Mata Atlântica para a garantia do abastecimento de água, a regulação do clima, a fertilidade do solo, entre outros serviços ambientais.

Infelizmente grande parte da Mata Atlântica já foi destruída, restando apenas fragmentos. O preocesso acelerado de devastação, inclusive em Áreas de Preservação Permanente (APP), deu-se especialmente nos últimos 50 anos, com o crescimento urbano, a industrialização, expansão das áreas agroindustriais, abertura de estradas, extração mineral, geração e transmissão de energia.

Das espécies de vertebrados sob risco de extinção no Brasil, cerca de 70% são da Mata Atlântica. O desmatamento é um dos principais fatores para o desaparecimento de diversas espécies. Outros elementos responsáveis pela extinção são a captura e o comércio ilegal de espécies. Orquídeas e Bromélias são extraídas do ambiente natural para serem vendidas e utilizadas em decoração. Plantas medicinais são retiradas sem qualquer critério e o mesmo ocorre com os animais, que são capturados e vendidos em feiras ilegais ou como animais de estimação. Os peixes também sofrem com a pesca predatória e a poluição de rios e mares.

Para minimizar essa perda de biodiversidade têm sido criadas Unidades de Conservação. No entanto, se não houver a implantação efetiva dessas áreas de conservação, melhorias na fiscalização, desenvolvimento de medidas sustentáveis e sensibilização ambiental, as atividades humanas continuarão alterando o ambiente e, consequentemente, muitas espécies irão desaparecer, colocando em risco o equilíbrio ambiental.


Fonte: Mata Atlântica: a floresta em que vivemos
Núcleo Amigos da Terra, Porto Alegre, 2003.

Mata Atlântica- Biodiversidade, Ameaças e Perspectivas
Fundação SOS Mata Atlântica- Conservação Internacional, Belo Horizonte, 2005.


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