sexta-feira, 12 de março de 2010

Mulungu (espécie cultivada no viveiro)



Nome Popular: Mulungu (de origem Tupi, mussungú ou muzungú e do Africano mulungu, significando "pandeiro",devido ao seu tronco oco emitir som)


Nome Científico: Erythrina verna


Família: Fabaceae


Morfologia: Atinge de 10 a 20m de altura, madeira leve e de cor esbranquiçada; floração no Rio de Janeiro de setembro a novembro, suas flores são da cor vermelha (o que originou o seu nome, erythrina vem do grego erythros, ou seja, vermelho);frutificação de dezembro a fevereiro;
Dispersão: por animais(zoocórica e pelo vento (anemocórica)
Reprodução: hermafrodita, polinizada por pássaros e insetos;


Semente: são bicolores,veremelho-escura ou vermelho-alaranjada;


Utilidade/curiosidade: espécie pioneira, muito usada na construção de cercas ecológicas;capacidade de nodular e fixar nitrogênio em simbiose com bactérias diazotróficas;suas flores são comestíveis e servem para tingir panos ;suas sementes são utilizadas para a confecção de colares,brincos;recomendada na recuperação de áreas de proteção permanente;



Outras informações:preferência por solo úmido com textura arenosa ou argilosa;suas sementes apresetam dormência causada pela impermeabilidade do tegumento à água e pela presença de inibidores de germinação;

Propriedade Medicinal: a casca e o fruto são empregados na medicina popular no nordeste, embora não exista nada comprovado cientificamente. A casca recebeu atribuições sudorífica, calmante e curativa nas picadas de lacraia e escorpião;seu fruto seco ação anestésica local, quando usado na forma de cigarro, como odontálgico.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Guapuruvu (espécie cultivada em nosso viveiro)



Nome Popular: Guapuruvu


Nome Científico: Shizolobium parahyba

Família:Caesalpiniaceae


Morfologia: Sua altura pode chegar até os 30m, apresenta tronco com casca lisa e acizentada quando adulto e na planta jovem sua casca é verde. Perde suas folhas no inverno e na primavera fica coberto de flores amarelas que são atraídas por abelhas; os frutos são do tipo legume e amadurecem no outono, cada um carrega apenas uma semente grande e lisa.

Forma de dispersão: através do homem e pelo vento


Reprodução: sementes
Utilidade/uso econômico: Sua semente é utilizada no Triângulo mineiro contra acidentes ofídicos; é uma espécies pioneira, indicada para plantios em áreas degradadas em razão do seu rápido crescimento. Sua madeira é pouco resistente, mas é muito utilizada na construção de canoas devido a sua leveza e facilidade de entalhe. É a árvore símbolo da cidade de Florianópolis (Santa Catarina).

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Juçara


A Euterpe edullis, conhecida popularmente como palmeira Juçara, produz um palmito branco comestível, muito apreciado na região. Esta palmeira pertence à família Palmae, sendo encontrada principalmente em áreas remanescentes de Mata Atlântica.

A exploração acelerada e ilegal, sem uso de uma manejo adequado do seu palmito contribui para que a E. edullis seja uma das espécies mais exploradas da Mata Atlântica. Esse fato fez com que a ONG Fundação Biodiversitas-responsável pela elaboração da "Lista da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção"- classificasse-a na categoria de "Perigo de Extinção".

Os frutos da Juçara são pouco utilizados e do despolpamento deles origina-se um produto semelhante à polpa do Açai, uma palmeira do mesmo gênero (Euterpe oleracea-Norte do Brasil).

A exploração sustentável dos frutos da palmeira Juçara pode ser uma atividade mais lucrativa do que a extração do seu palmito. Para se ter uma idéia, um tolete de palmito (aproximadamente uns 70 cm) pode ser vendido por R$5,00. Já com a coleta dos frutos, o produtor pode receber mais de R$ 25,00, com a venda da polpa e das sementes resultantes do processo de despolpa.

A polpa da Juçara, assim como a do Açai, pode ser utilizada na forma de alimento: na tigela, sucos, sorvetes, cremes, iorgutes, molhos e licores. Pesquisas mostram que a polpa da Juçara apresenta composição nutricional compatível e para alguns nutrientes até superiores ao Açai do Norte do país. COm relação aos minerais, os teores de ferro, potássio, e zinco da Juçara foram 70,3%, 65,7% e 20,8%, respectivemente, superior ao encontrado no Açaí.

A cor roxa escura dos frutos da E. edullis é devido à presença de antocianinas, que pertencem ao grupo dos flavonóides , com potencial antioxidante e anti-inflamatório, além de inibir a oxidação do colesterol LDL, o que diminui os riscos de doenças cardiovasculares e de câncer. As antocianinas podem ser utilizadas como corante natural e na dieta humana, suas principais fontes são as frutas (açai, ameixa, amora, cereja, uva,maçã,etc). A Juçara apresenta quantidades superiores de antocianina comparada a outras frutas tropicais e de teores semelhantes e, às vezes, até superior ao Açai das palmeiras do Norte brasileiro.



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB)


O Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB), criado em 1971, é uma Unidade de Conservação de proteção integral, que abrange os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, percorrendo municípios como: Angra dos Reis, Paraty, São José do Barreiro, Ubatuba, Cunha, Areias. Foi criado com o objetivo principal de proteger as últimas áreas de Mata Atlântica e ecossistemas marinhos do litoral sul-fluminense. Sua sede está localizada em São José do Barreiro/SP.

A história da unidade é a própria história da colonização do Brasil. A região foi primeiramente explorada pela caça, depois, pelo ouro e diamantes (nas Entradas e Bandeiras), servindo com suas trilhas para envio destas riquezas a Portugal. Estas trilhas mais tarde foram usadas para a entrada de cana-de-açúcar e café no Vale do Paraíba. Algumas delas foram alargadas e receberam calçamento feito pelos escravos, para permitir o escoamento da produção já em carretões de tração animal. Hoje estas trilhas constituem o grande atrativo deste Parque.


O PNSB faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e faz parte do Mosaico da Bocaina, que é considerado o mais significativo remanescente brasileiro do bioma da Mata Atlântica. O grande diferencial do Parque está em seu enorme gradiente altitudinal, que vai de áreas marinhas em Paraty/RJ, até os 2.088m do Pico do Tira Chapéu/São Paulo.


A vegetação vai desde formações costeiras até campos de altitude; várias epífitas raras, muita madeira-de-lei (Canela,Cedro, Araribá, Jequitibá) e abriga ainda alguns exemplares de palmito Juçara (Euterpe edulis), espécie ameaçada de extinção. Sua grande extensão permite a sobrevivência de animais de grande porte e ameaçados de extinção como: mono-carvoeiro, sagüi-da-serra-escuro, bugio e felinos diversos. A principal bacia hidrográfica é a do rio Mambucaba e abriga belas cachoeiras (Santo Izidro,Veados, Posses).


Referência:

Plano de Manejo do PNSB

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mata Atlântica: uma floresta ameaçada de extinção



A Mata Atlântica é um bioma com uma diversidade biológica muito rica. Com mais de 20.000 espécies de plantas (8.000 endêmicas) e 2.300 tetrápodes (725 endêmicas), este bioma é considerado um dos 5 hotspots de maior biodiversidade no mundo.
Do Rio Grande do Sul até o Piauí, diferentes formas de relevo, paisagens, características climáticas diversas e a multiplicidade cultural da população configuram essa imensa faixa territorial do Brasil.
Além da enorme biodiversidade, na Mata Atlântica vive 62% da população brasileira, cerca de 110 milhões de pessoas, sendo marcante a presença de populações tradicionais. São Índios, Quilombolas e Caiçaras, que vivem há muitos anos nos domínios da Mata, transmitindo seus conhecimentos de geração a geração e mantendo uma relação muito forte com a natureza.
Essa gente depende da conservação dos remanescentes de Mata Atlântica para a garantia do abastecimento de água, a regulação do clima, a fertilidade do solo, entre outros serviços ambientais.

Infelizmente grande parte da Mata Atlântica já foi destruída, restando apenas fragmentos. O preocesso acelerado de devastação, inclusive em Áreas de Preservação Permanente (APP), deu-se especialmente nos últimos 50 anos, com o crescimento urbano, a industrialização, expansão das áreas agroindustriais, abertura de estradas, extração mineral, geração e transmissão de energia.

Das espécies de vertebrados sob risco de extinção no Brasil, cerca de 70% são da Mata Atlântica. O desmatamento é um dos principais fatores para o desaparecimento de diversas espécies. Outros elementos responsáveis pela extinção são a captura e o comércio ilegal de espécies. Orquídeas e Bromélias são extraídas do ambiente natural para serem vendidas e utilizadas em decoração. Plantas medicinais são retiradas sem qualquer critério e o mesmo ocorre com os animais, que são capturados e vendidos em feiras ilegais ou como animais de estimação. Os peixes também sofrem com a pesca predatória e a poluição de rios e mares.

Para minimizar essa perda de biodiversidade têm sido criadas Unidades de Conservação. No entanto, se não houver a implantação efetiva dessas áreas de conservação, melhorias na fiscalização, desenvolvimento de medidas sustentáveis e sensibilização ambiental, as atividades humanas continuarão alterando o ambiente e, consequentemente, muitas espécies irão desaparecer, colocando em risco o equilíbrio ambiental.


Fonte: Mata Atlântica: a floresta em que vivemos
Núcleo Amigos da Terra, Porto Alegre, 2003.

Mata Atlântica- Biodiversidade, Ameaças e Perspectivas
Fundação SOS Mata Atlântica- Conservação Internacional, Belo Horizonte, 2005.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Viveiro



A ONG SAPE vem desenvolvendo desde 2006 um projeto de Ecoturismo na Trilha do Ouro, uma proposta de estruturação de uma das mais importantes trilhas do Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB). O projeto visa contribuir com a consolidação do PNSB, através de estruturação do ecoturismo, envolvendo a população local em atividades geradoras de renda de forma sustentável.


No âmbito do projeto foi implantado o "Viveiro de Mudas Nativas da Mata Atlântica", na sede da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Vale do Mambucaba (APPRVM), localizada no Parque Mambucaba/Angra dos Reis. O viveiro priorizou até o momento a produção de palmeira Juçara (Euterpe edullis), espécie símbolo da Mata Atlântica que está ameaçada de extinção devido à ação ilegal de palmiteiros. A região que até recentemente mantinha grande população da palmeira vê na atualidade, uma redução drástica do número de indivíduos da espécie.


A escolha da palmeira deve-se: a sua importância ecológica de alimento a diversas espécies da fauna, necessidade de revalorização da espécie, que durante muitos anos esteve associada à exploração ilegal e ao seu potencial produtivo, através da utilização da polpa de seus frutos para a produção de suco: o "açai" de Juçara. Além da produção de mudas de outras espécies como: Pau ferro,Cedro,Guapuruvu,Ipê,Paineira rosa,Bicuiba, entre outras espécies frutíferas.

O viveiro vem se constituindo como espaço de capacitação e formação, tendo recebido visitas de escolas e de outras comunidade. As mudas produzidas têm sido trocadas com agricultores e moradores interessados em recuperar áreas ou enriquecer pomares familiares. O regime de troca de mudas por insumos e outras sementes- para serem utilizados no próprio viveiro- visa estabelecer uma relação de co-responsabilidade na produção das mudas.

Apresentação do Projeto

A proposta do projeto "Viveiro de Nativas da Mata Atlantica: Uma Ferramenta de Educação Ambiental e Recomposição da Mata Atlântica" da ONG Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (SAPE), visa além de produzir mudas de espécies florestais nativas, realizar um inventário das espécies presentes e seu potencial na utilização em atividades de recuperação ambiental, nos cultivos agroecológicos e também nas atividades de paisagismo; envolver a comunidade local com a reaização de cursos de formação voltados para produtores rurais, mas aberto para a participação do público em geral, para dessa forma estabelecer ações de reflorestamento e recuperação de áreas conduzidos pelos próprios agricultores do Vale Mambucaba; auxiliar na formação de outras habilidades e possibilidades de geração de renda com recuperação de áreas; e ainda tornar o viveiro como instrumento pedagógico acessível para estudantes.
Espera-se também tornar o "Viveiro de Nativas da Mata Atlântica" um espaço físico auxiliar no exercício de atividades que visem à conscientização ambiental e no desenvolvimento sustentável da região; contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis e atuantes em busca do restabelecimento do equilíbrio ambiental e da justiça social; incentivar o manejo sustentável dos recursos naturais e a recomposição da Mata Atlântica junto às comunidades rurais do entorno da Trilha do Ouro (Parque Nacional da Serra da Bocaina), através da implementação de um Programa de Educação Ambiental permanente voltado às escolas e comunidade local.